Em comemoração aos três anos de atividade do Programa Justiça Terapêutica, foi realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), nesta segunda-feira (25), na sede da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), o Fórum Justiça Terapêutica - Atualidades na Atenção Integral aos Usuários e Dependentes de Substâncias Psicoativas.
O evento tem o objetivo de promover o debate sobre os diferentes modelos de acolhimento e intervenção adotados, além do papel e dos limites dos operadores do Direito.
A proposta do Justiça Terapêutica é desenvolver um conjunto de medidas e ações para aumentar a possibilidade dos usuários e dependentes de drogas compreenderem e refletirem sobre sua realidade. De acordo com a juíza da 12ª Vara Criminal de Goiânia e coordenadora do programa, Maria Umbelina Zorzetti (foto), já passaram pelo programa, durante os três anos de atuação, mais de mil beneficiários e, atualmente, há cerca de 600 pessoa envolvidas. “Constatamos que apenas 15% dos beneficiários que cumpriram integramente o programa volta a praticar crime. O nosso percentual de adesão é grande e os resultados são positivos”, destacou.
A magistrada ressaltou que o programa comprova que o Poder Judiciário tem condições de auxiliar no enfrentamento de questões relacionadas a drogas, “assunto que aflige tanto nossa sociedade”. Para ela, a Justiça criminal se beneficia com a iniciativa, que diminui a criminalidade e consequentemente, o número de ações penais em tramitação, pontuou.
A psicóloga e coordenadora-técnica do programa, Thayssa Moiama, falou que o trabalho motivacional desenvolvido pela equipe de forma interdisciplinar é decisivo para a adesão. “O objetivo da equipe é oferecer, à pessoa em questão, a oportunidade de refletir sobre sua problemática, munido de informações que possam permitir-lhe fazer escolhas mais apropriadas para sua vida”, enfatizou.
Para Wesley Assis, psiquiatra especialista em dependência química, ao adotar o programa o TJGO reforça seu comprometimento com a questão social. “Aqui as pessoas encontram uma grande oportunidade de reinserção social, uma vez que a maioria dos envolvidos em processos criminais são discriminadas até mesmo pelos próprios familiares”, destacou.
Durante a período vespertino, foi realizada uma conferência sobre o tema “Rede de atenção psicossocial e as diferentes estratégias de acolhimento, tratamento e reinserção social do usuário”. O evento contou, ainda, com oficinas sobre diversos temas direcionadas aos participantes. (Texto: Arianne Lopes / Foto: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)