Para auxiliar pais e filhos a enfrentar as consequências do divórcio e reduzir traumas decorrentes das mudanças das relações familiares, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO, com o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), iniciou, nesta segunda-feira (4) o Projeto Oficina de Pais.

As palestras são ministradas por psicólogos, nas primeiras segundas-feiras de cada mês, no auditório do Fórum Fenelon Teodoro Reis (Fórum Criminal) e têm duração de aproximadamente quatro horas.

De acordo com a juíza Sirlei Martins da Costa, coordenadora do 2º Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania, a ação é desenvolvida com a apoio da Associação de Terapia Familiar do Estado de Goiás (Atfago) e tem o objetivo de oferecer atendimento aos casais em litígio e buscar o menor dano emocional a todos os envolvidos.

“A ideia é preparar os pais para criar da melhor maneira possível os filhos, ainda que estejam separados. Se esses pais estiverem prontos para isto, certamente haverá uma diminuição do nível de conflito e, consequentemente, diminuirá o número de processos”, frisou.

A magistrada ressaltou que o Judiciário não tem como dar uma solução definitiva para esses casos. Segundo ela, as pessoas que estão envolvidas no processos é que precisam encontrar a melhor solução. “Nós damos a sentença, mas não resolvemos o conflito. As pessoas tem de estar preparadas para lidar com os conflitos”, destacou. Para ela, é fundamental transmitir aos pais técnicas apropriadas de comunicação em família e ensinamentos a respeito das consequências que os conflitos proporcionam aos filhos.

Ângela Baiocchi, terapeuta familiar, acredita que a melhor forma de solucionar conflitos é o diálogo. Isto porque ele é instrumento para que as pessoas possam se colocar no lugar do outro. Segundo ela, esta é mais uma mostra da importância da iniciativa do TJGO na busca de uma Justiça que atenda aos anseios dos cidadãos. “As pessoas acreditam ser possível transferir ao Poder Judiciário a responsabilidade para solver seus dissabores e mágoas.Daí o grande significado desta bela ação”, pontuou.

Segunda ela, para esse trabalho dar certo a colaboração dos pais e familiares é fundamental. “Queremos mostrar que, embora os pais estejam separados, eles devem continuar unidos para resolver os problemas e ajudar os filhos a se desenvolverem emocionalmente saudáveis e felizes”, explicou a terapeuta.

Pleiteando a guarda do filho de 5 anos, o técnico industrial Temistocles Mendes Ribeiro (foto), 55 anos, falou da importância da palestra. “As vezes não sabemos o que falar para os filhos. Vi o quanto a criança fica prejudicada durante o processo da separação. Agora, com esse apoio, ficará mais fácil lidar com a situação”, enfatizou. (Texto: Arianne Lopes / Foto: Hernany César – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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