Investir em veículos próprios de comunicação, com foco em serviço e preocupação com a sociedade. Esclarecer o que é a justiça e como ela trabalha. Promover muitas pesquisas.Essas são as diretrizes de comunicação repassadas pelo jornalista Ricardo Kotscho, nesta quinta-feira (10), na abertura do 9º Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça (Conbrascom), realizado em São Paulo e da qual participam jornalistas do Centro de Comunicação Social do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).
O evento segue até esta sexta-feira (11) e tem como tema O Papel da Comunicação no Judiciário Contemporâneo. “Acabou a era do papel e do gogó. Hoje somos todos emissores e receptores. Fontes e formadores de opinião”, disse Kostcho, relembrando o início de sua experiência como assessor de imprensa da Presidência da República no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O jornalista observou que vivenciamos agora a segunda etapa do que ele chamou de revolução cibernética. Agora, uma vez passada a adaptação às novas tecnologias, o grande desafio, segundo ele, é o conteúdo a ser colocado nessas plataformas, neste momento em que a sociedade lê cada vez menos jornais e o número de acessos aos sites cresce vertiginosamente.
“É preciso investir em veículos próprios de comunicação. Em jornalismo de serviço. Há dez anos, a preocupação das assessorias era o atendimento aos setoristas. Esse foco mudou. A sociedade é o grande cliente. Não se trata de tirar empregos, mas de mudar essa relação”, ponderou Kotscho, para quem há a necessidade evidente de uma Justiça aberta, que se preocupa em ouvir o cidadão e em prestar serviços que facilitem sua vida.
Pesquisa
Para Kotscho, a comunicação do Judiciário brasileiro carece de promoção de pesquisas qualitativas e quantitativas. Quantitativas, no sentido de conhecer o que a sociedade pensa do Judiciário, que imagem ele passa (diagnóstico) e qualitativa para aferir o que pode melhorar e como pode ser facilitada a vida do jurisdicionado.
“A partir disso, divulgar de forma mais ampla as soluções que foram criadas para que a Justiça vá até o cidadão e não obrigá-lo a correr atrás dela”, pontou Kotscho.
Programação
A programação do evento nesta quinta-feira inclui ainda palestras com os jornalistas César Tralli e Frederico Vasconcelos, que vão abordar o tema A Busca da Informação, e Roberto Cabrini, que vai falar sobre o Jornalismo Investigativo em Órgãos Públicos.
Participaram da solenidade de abertura o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Ricardo Sartori; Maria Doralice Novaes, presidente do Tribunal Regional do Trabalho – 2ª Região, e Daniela Sollberger Cembranelli, defensora pública geral do Estado de São Paulo. (Texto: Aline Leonardo - Centro de Comunicação Social do TJGO)