A juíza de Novo Gama, Franciely Vicentini Herradon, julgou parcialmente procedente ação penal oferecida pelo Ministério Público (MP), resultante de investigação que ficou conhecida como Operação Roquedal, realizada para desmantelar poderosa quadrilha que promovia tráfico de drogas na região do Entorno de Brasília. Vinte e seis pessoas foram condenadas.

Os líderes do grupo criminoso, formado por mãe, dois filhos e a companheira de um deles, foram condenados pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o mesmo fim, interestadualidade, uma vez que os entorpecentes vinham do Mato Grosso, e aliciamento de adolescentes.

A família de traficantes também foi condenada por lavagem de dinheiro, diante da constatação de que ocultavam a origem ilícita da quantia obtida mediante diversos artifícios, como a utilização de “laranjas”, figurando outras pessoas como intermediárias em negócios obscuros, uso de conta bancária em nome de terceira pessoa, conversão de dinheiro em moeda estrangeira, fragmentação de valores obtidos para movimentação de pequenas quantias incapazes de chamar a atenção da Receita Federal e do Banco Central e compra e venda sequencial de diversos imóveis.

Um dos chefes da organização criminosa, que a comandava de dentro do presídio por meio de ligações telefônicas, foi condenado à pena total de reclusão de 23 anos e 4 meses em regime inicialmente fechado, além de 2.180 dias-multa. 

Processo trabalhoso

No dia 9 de maio de 2012, a Operação Roquedal foi deflagrada pela Polícia Federal e, durante ela, foram cumpridos diversos mandados de prisões e de busca e apreensão, feitos para desmantelar organização criminosa, que era poderosa e formada, em sua maioria, por integrantes de uma mesma familia, que atuava em Novo Gama e demais municípios do Entorno de Brasília. Trinta e duas pessoas foram denunciadas, incluindo advogados e policial militar.

Durante o trâmite processual, 45 testemunhas foram inquiridas e a magistrada contou com um especial sistema de segurança promovido pela Polícia Militar (PM) e pela Agência Prisional goiana. Em virtude da grande quantidade de réus presos, advogados e testemunhas, as audiências de instrução e julgamento tiveram que ser realizadas no salão do Tribunal do Júri do fórum local.

O processo conta com mais de 40 volumes, englobando os autos de ação penal, interceptação telefônica e sequestro criminal. São centenas de horas de gravações das conversas telefônicas, além de depoimentos e interrogatórios que duraram cerca de 2h30, cada um. Em razão da quantidade de páginas da sentença e da complexidade da matéria, foi necessário elaborar um sumário, a fim de facilitar a leitura de seus conteúdo pelas partes e advogados. (Centro de Comunicação Social do TJGO)

 

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