A diretora do Foro de Aparecida de Goiânia, juíza Stefane Fiúza Cançado Machado, inaugurou a Brinquedoteca do fórum da cidade, na tarde desta segunda-feira (17). O projeto integra o Programa Justiça Humanizada e busca tornar o Judiciário mais próximo dos problemas sociais.

Rodeada de crianças, autoridades locais e representantes do judiciário, a magistrada explicou que “iniciativas como essas são importantes por serem trabalhos preventivos, pois ajudam os pequeninos a superar os traumas vividos para que não se tornem delinquentes num futuro próximo”. Segundo ela, com a brinquedoteca, as crianças poderão assistir a filmes e lerem histórias infantis e educativas, além de participarem de brincadeiras pedagógicas ao invés de aguardarem os pais, que foram convocados para audiências, nos corredores do fórum.

Stefane Fiúza ainda explicou que a sala de brincadeiras será reservada todas os dias, de segunda a quinta-feira, para atender as crianças que precisam ir ao fórum e ficam um período inteiro do dia esperando seus pais. Nas sextas-feiras, as famílias cadastradas no Programa Justiça Humanizada, crianças do Abrigo Dom Fernando, em Aparecida de Goiânia, além dos filhos de juízes e servidores da comarca terão acesso ao espaço.

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Deurimar Barbosa Silva, disse que “é importante mostrar o outro lado da Justiça, mais acolhedor e preocupado com as questões sociais” e revelou que pretende levar a iniciativa para as unidades do Conselho Tutelar da cidade. Stefane Fiúza foi pioneira em usar o lado lúdico das crianças para solucionar problemas familiares ao implantar a primeira brinquedoteca do Brasil, na cidade de Rio Verde, em 2009.

A psicóloga jurídica, Graziella Hanna, explicou que, “a criança revela tudo que vivencia em casa e se não for saudável para a sua saúde mental, ela consegue demonstrar através da brincadeira”. Dessa forma, “é possível cuidar da mente dessa criança, para que ela não precise de ressocialização no futuro”, explicou a psicóloga.

O promotor de Justiça, Márcio do Nascimento, afirmou que projetos como esses são importantes por apoiarem as Varas da Infância e da Juventude, porque “é uma área que não lida apenas com o jurídico, pois são crianças com traumas pessoais, que convivem com a violência familiar, que sofrem maus tratos ou, até mesmo, são rejeitadas pelas famílias”.

Graziella Hanna ainda salientou que é importante usar “brincadeiras que façam uma metáfora com o cotidiano, como bonequinhos e fantoches, pois as crianças vestem um personagem e repassam o seu sofrimento psíquico para os brinquedos”, dessa forma, elas contam sem perceber que revelaram o lado obscuro de sua vida.

Josiel Ribeiro do Nascimento, 13 anos, tem outros cinco irmãos e estava brincando na sala, enquanto a juíza apresentava o projeto. Ele afirmou que gosta da brinquedoteca por ser “um lugar que se pode brincar, ler bastante e receber os carinhos das tias”.

Doações
Durante as audiências realizadas no Juizado da Infância e da Juventude do fórum de Aparecida de Goiânia, as partes respondem a três fichas, a primeira sobre questões pessoais, a segunda é usada para encaminhamento para o mercado de trabalho e a terceira, para triagem no cadastramento ao Programa Justiça Humanizada.

Para ajudar essas famílias selecionadas, a comarca faz parceria com o empresariado, que doa alimentos não perecíveis para montagem de cestas básicas que serão entregues a elas. Os participantes recebem um certificado de colaboração no Programa Justiça Humanizada.

Os interessados podem procurar o fórum de Aparecida de Goiânia ou obter mais informações pelo telefone (62) 3238-5139.(Texto: Jovana Colombo – estagiária / Fotos: Aline Caetano - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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