Acusado de assassinar o médico ortopedista Marcelo Pacheco de Brito no dia 1 de dezembro de 2004, o oficial Davi Dantas será julgado no 2º Tribunal do Júri na comarca de Goiânia, no fórum do Setor Oeste. A sessão será presidida pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 14ª Vara Criminal e terá início às 8h30.

Segundo a acusação, Davi Dantas planejou o assassinato baseado no ciúme e no ódio sentidos ao saber que sua mulher o traía com Marcelo Pacheco. Ele não teria oferecido opção de defesa, pois atingiu a vítima na nuca com uma arma de fogo no interior de seu carro. Por conta disso, o então majorda Polícia Militar foi indiciado por homicídio qualificado (motivo fútil, meio cruel e sem chance de defesa).

Geórgia Carla Bastos Godinho Dantas, esposa do acusado, conheceu a vítima durante uma consulta em que acompanhou a tia Jomary Bastos Cardoso, no Hospital Geral de Goiânia, em 2003. Após outras consultas, o médico e Geórgia começaram a se encontrar e se corresponderem por telefone. Certo dia, Geórgia atendeu uma dessas ligações na presença de seu marido, que desconfiou da forma com que a esposa se comportou ao telefone.

A partir daí, Davi Dantas começou a investigar o caso e foi ao consultório da esposa de Marcelo Pacheco, Simone Silva Ramos, que também é médica. O major contou à médica de sua suspeita e pediu que ela pagasse um detetive particular, mas ela não se interessou e disse que conversaria com seu marido sobre o assunto. Dantas, insatisfeito com a reação de Simone, afirmou que conhecia a rotina da família e que já havia tido a oportunidade de matar a vítima e que não o fez porque estava acompanhado de seus filhos.

O major contratou o detetive Vilmar José Martins por conta própria, que faria um grampo telefônico nos números dos envolvidos e receberia R$ 500 por fita gravada. Ao entrar em contato com Dantas para entregar a terceira fita, Vilmar afirmou que a mesma comprovaria um encontro entre Marcelo Pacheco e Geórgia Carla, mas não chegou a entregar a prova.

O corpo da vítima foi localizado no estacionamento do terminal rodoviário da capital, no dia 1 de dezembro de 2004, com marcas nos antebraços, semelhantes às provocadas pelo uso de algemas e um tiro na nuca. No dia anterior, já havia sido registrado um boletim de ocorrência na delegacia especializada em homicídios, devido a seu desaparecimento.

As investigações
Simone Silva sempre ligava para seu esposo Marcelo Pacheco para combinarem de buscar o filho no colégio. No entanto, nesse dia, ele não atendia às ligações e não compareceu a Clínica do Esporte, de onde era sócio, para realizar o atendimento a seus pacientes.

Durante o inquérito, todos os indícios apresentados apontavam Davi Dantas como autor do crime. Outras linhas de investigação foram abertas, mas a vítima não possuía inimigos que se interessavam pela sua morte. A hipótese de latrocínio foi descartada desde o início, pois os bens materiais do médico estavam sob seu poder, mesmo depois de morto.

Dantas entrou em contradição durante seus depoimentos na Delegacia de Homicídios e na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, onde deu queixa de assalto a seu carro, em que levaram também seus telefones celulares e um revólver calibre 38, de sua prioridade. (Texto: Jovana Torres – estagiária do Centro de Comunicação Social do TJGO)

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