O planejamento estratégico de qualquer organização prevê um diferencial essencial na tomada de decisões estratégicas que alicerçam as condições necessárias para potencializar a atuação dos gestores e melhorar os resultados perante a sociedade. Essa visão arrojada e primordial nos dias atuais, incorporada pelo Poder Judiciário goiano, foi levada ao conhecimento dos servidores da comarca de Rio Verde durante toda esta sexta-feira (24), através do Projeto Estratégia em Ação. O evento, realizado no Tribunal do Júri de Rio Verde, foi acompanhado pelos juízes Rodrigo de Melo Brustolin, em substituição na Diretoria do Foro local, Coraci Pereira da Silva, da Vara de Família e Sucessões de Rio Verde, e Vívian Martins Melo Dutra, diretora do Foro de Acreúna.

Pensar e agir estrategicamente, segundo pontua o juiz Rodrigo Brustolin (foto à direita), consiste em atuar no presente de forma proativa, com a consciência dos fatores críticos que devem ser enfrentados e superados para possibilitar o alcance do cenário futuro que se pretende chegar. “Não existe outra alternativa para dar vazão à crescente demanda que nos assola. Sem o trabalho estratégico que delineia um perfil gestor e uma forma diferenciada de enxergar as dificuldades ficamos sem direcionamento. Caminhamos para uma democratização cada vez maior e esse evento é fundamental para que os servidores conheçam as razões que levam o Poder Judiciário a implementar estratégias específicas na busca pela melhora da prestação jurisdicional. Só assim, adquirindo esse conhecimento e a exata noção das ferramentas para melhorar o trabalho interno no dia a dia, eles poderão cumprir efetivamente as metas, pois se sentirão motivados e integrados à própria instituição”, ponderou.

No turno da manhã, o diretor de Gestão de Qualidade da Secretaria de Gestão Estratégica do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), Ricardo Naves Rosa, representando o secretário da SGE, Luís Maurício Bessa Scartezini, fez uma ampla exposição sobre a importância da gestão estratégica e das práticas e ferramentas de gestão para administrar melhor a rotina de trabalho. Ele citou o artigo 37 da Constituição Federal (CF), que elenca os princípios inerentes à administração pública como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e principalmente eficiência, além de mencionar as orientações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) acerca dos relatórios estatísticos que visam estabelecer a gestão estratégica para cumprimento dessas responsabilidades. “O CNJ induz os tribunais sobre o tipo de atividade que deve ser exercida, temos vários exemplos e resoluções como a de nº 4, que se refere ao fornecimento de estatística por parte dos tribunais, e a de nº 46, que cria tabelas processuais unificadas do Poder Judiciário. O TJGO já desenvolvia a gestão estratégica desde 2007 e a discussão e implantação de medidas nessa seara aconteceu a partir de 2009. Somos pioneiros em gestão estratégica”, avaliou.

Ricardo Naves Rosa também mencionou a Resolução nº 194, que estabelece atenção prioritária ao primeiro grau, com a instituição, inclusive, de um grupo de trabalho para atender essas necessidades, pelo TJGO. “Foi verificado que o maior volume de processos estava no primeiro grau. Os juízes hoje partiram para outra vertente e não mais se retraem, pois sabem que têm também uma missão social com o jurisdicionado. Para alcançar esses números precisamos de ações com a implantação de vários planos, pois Plano Estratégico é desdobrado em acessórios como o de Obras, de Tecnologia da Informação, todos com metas e descrição de parâmetros, que engloba toda a gestão e deve ser aplicado nesses dois anos de gestão. De alguma maneira, a partir do momento em que se passou a ter uma estratégia, um planejamento e a busca de metas, o Poder Judiciário passou a conhecer a si mesmo”, ressaltou.

Participação efetiva dos servidores

A diretora de planejamento da SGE, Eunice Machado Nogueira, reforçou aos servidores a importância do envolvimento nesse projeto e lembrou que nunca houve participação efetiva nesse aspecto, inclusive com a coleta de sugestões que serão utilizadas para a formulação da proposta de orçamento do próximo ano. Ela elencou as prioridades para o período, cuja iniciativa integra o Fórum Orçamentário, instituído pelo presidente do TJGO, desembargador Leobino Valente Chaves, por meio do Decreto Judiciário nº 1014/2016. “A partir desta quarta-feira foi disponibilizado aos servidores um questionário eletrônico, que ficará disponível para preenchimento até o dia 1º de julho. Durante o curso, ministrado nas diversas regiões do Estado, o servidor também tem a oportunidade de dar sugestões ou críticas por meio de formulários repassados pela equipe da SGE. É preciso a integração de todos, o servidor existe para servir a sociedade no que tange a realização da Justiça. O Judiciário deu um salto quântico ao longo dos anos e sua credibilidade é reconhecida em toda a sociedade”, destacou.

Eunice Nogueira também lembrou que todos os envolvidos no Estratégia em Ação, entre palestrantes e organizadores, são especialistas em gestão e têm graduações e pós-graduações na área. Também chamou a atenção para o conhecimento que o servidor adquire durante os cursos promovidos no interior e demonstrou a preocupação do TJGO em integrá-los de forma que se sintam motivados e, consequentemente, uma melhor prestação jurisdicional seja alcançada. “A maioria dos servidores sabe que o plano estratégico existe, mas ninguém explica as metas, como surgiram, quais são as definições e indicadores ou como precisam ser cumpridas. Estamos aqui justamente para fazer esse esclarecimento de como as decisões tomadas no núcleo da presidência, nas diretorias, nas secretarias, quail é a principal base do plano estratégico, de onde vem as diretrizes). Cumprimos uma série de requisitos determinados pelo CNJ que impactam no cotidiano e as metas são transformadas em projetos e ações. São vocês que produzem os resultados, temos de escutá-los, avaliar os problemas do dia a dia e procurar alternativas para saná-los para que realmente haja uma efetiva melhora na prestação jurisdicional. As principais metas serão atingidas por vocês”, realçou, dirigindo-se aos servidores.

Agregando conhecimento

Atenta a todas as informações repassadas nas palestras e anotando cada detalhe, a servidora do protocolo de Cachoeira Alta Damila Núbia Rezende Borges, que veio da comarca para participar do Estratégia em Ação, definiu o evento como uma oportunidade única, especialmente para os servidores do interior. “Infelizmente ficamos um pouco isolados no interior e muitas vezes não conseguimos ter acesso a tudo o que é implantado na capital. Atuo como gestora de pessoas e com o projeto Pai Presente na minha comarca e por isso sempre procuro aprender, me aprimorar, até para repassar esse conhecimento ao demais colegas. Esse investimento feito pelo Judiciário em favor dos servidores do interior e a divisão por regiões é muito importante, já que também é bem mais viável participar do curso na própria cidade ou em localidades próximas do que ir para Goiânia. Muitas vezes não temos condições financeiras para isso”, explicou.

Durante o minicurso ministrado no turno da tarde, Ricardo Naves Rosa (foto ao lado) alertou os servidores para a necessidade de sair do comodismo e buscar soluções para a resolução dos problemas que impactam o dia a dia na rotina de trabalho. “Existem ferramentas para estudar as pessoas. Ainda que possamos tirar um dia por mês para analisar as dificuldades, esse é o primeiro passo para auxiliar nessa mudança de mentalidade e de comportamento para que possamos identificá-las e transformá-las em pequenas soluções para melhorar a qualidade de vida no trabalho. Todo trabalho pode ser melhorado”, enfatizou.

A realização do Estratégia em Ação é da Secretaria de Gestão Estratégica (SGE) em parceria com a Escola Judicial do Tribunal de Justiça Estado de Goiás (Ejug). O cronograma de atividades teve início em 18 de março em Aparecida de Goiânia e, na sequência, contemplou Goianésia, Anápolis e agora Rio Verde. O projeto alcançará até o fim deste ano Formosa, São Luís de Montes Belos, Caldas Novas, Itumbiara, Luziânia e Goiás, atingindo, no total, mais de 1,8 mil participantes das comarcas e das demais cidades que fazem parte dessas respectivas regiões judiciárias. (Texto: Myrelle Motta/Fotos: Wagner Soares - Centro de Comunicação Social do TJGO) Veja galeria de fotos

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