O Juizado da Infância e Juventude da comarca de Luziânia realizou, na sexta-feira (27), o 2º Workshop Projeto Rede “Com Tato”. O objetivo é capacitar e integrar os profissionais da Sistema de Proteção à Infância e Adolescência, visando abertura de um foro permanente de discussão – e descoberta de soluções para os problemas relativos à estrutura de atendimento à criança e ao adolescente de Luziânia, e, consequentemente, a melhoria da prestação de serviços nessa área.

O evento teve a parceria da Prefeitura de Luziânia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho. De acordo com a responsável, juíza Célia Regina Lara, é um momento de aprendizado e reflexão já que ali se encontram representantes de toda a rede infanto juvenil de Luziânia. “Todas as pessoas aqui estão na busca de um mundo melhor. O nosso mundo melhor passa pela qualidade e nossa oferta de carinho, amor, saúde de qualidade para nossas crianças e adolescentes. Temos ainda muito o que fazer para que os princípios estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca) não fiquem apenas no papel”, salientou. Segundo a magistrada, os princípios da proteção integral, da prioridade absoluta, do melhor interesse da criança e do adolescente têm que fazer parte do dia a dia. Ela encerrou sua fala, dando boas vindas e agradecendo aos presentes e palestrantes.

A secretária de desenvolvimento social de Luziânia, Marilésia Vaz Meireles, ressaltou a importância do evento para a cidade. “Fico emocionada e feliz em saber que há pessoas que se preocupam com as crianças e adolescente do nosso município. Quero deixar registrado minha gratidão e dizer do carinho que a doutora Célia tem com nossos menores. Por isso, nos colocamos à disposição e é um prazer muito grande saber que tem gente que cuida e nos dá suporte”, destacou, ao agradecer também ao Ministério Público de Goiás e toda a equipe do juizado.

Palestras
Durante o workshop, dois agentes de polícia da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente do Distrito Federal (DCPA-DF) falaram para os quase 300 inscritos. A primeira palestra foi da agente Úrsula Rodrigues Gomes Ducanges. Ela lembrou que DPCA-DF foi criada em 1999. Explicou a diferença entre pedófilo e o abusador sexual. De acordo com ela, o pedófilo não necessariamente pratica o ato de abusar sexualmente de crianças e adolescentes. Enquanto a sua atração permanece no âmbito das fantasias sexuais, ela não se constituiu crime, mantendo-se somente como um diagnóstico clínico.

Já o abusador é quem comete a violência sexual, independentemente de qualquer transtorno de personalidade, se aproveitando da relação familiar (pais, padastros, primos, etc.), da proximidade social (vizinhos, professores, religiosos, etc.) ou das vantagens etária, econômica ou física. “Assim, nem todo pedófilo é abusador e nem todo abusador é pedófilo”, frisou.

Ela falou ainda sobre o ofensor sexual e sobre os principais mitos sobre o assunto. Úrsula explanou ainda sobre a justificativa do agressor. Para ela, o aliciamento e sedução; famílias isoladas e chefiadas por mulheres; criança sem supervisão; ameaças e agressões física são as principais estratégicas dos ofensores sexuais.

A segunda palestra ficou a cargo do agente de polícia Luiz Augusto Ribeiro Salomon, que abordou sobre o responsável e a suspeita de violência sexual. Segundo ele, não conhecer a dinâmica dos fatos, o receio de uma falsa percepção da violência e usar da delicada ideia de querer estabelecer regras para o comportamento humano seriam alguns dos motivos que fazem a violência sexual um assunto tão delicado.

Além disso, o agente de polícia tratou sobre as principais consequências da violência no comportamento da criança e do adolescente e frisou que há vítimas que não apresentam alterações visíveis de comportamento. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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