Sensibilidade, escuta, acolhimento, humanização, dedicação, e, sobretudo, muito amor. Essas são as principais características do trabalho desenvolvido pelas equipes interprofissionais forenses do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e justamente partilhando dessa vivência e desse conhecimento, que uniu a teoria à prática, foi promovido nesta terça-feira, 8, o lançamento on-line de três livros produzidos a partir da experiência de assistentes sociais, pedagogas e psicólogos (as) servidores(as) que compõem o Judiciário goiano. O evento, promovido pela Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Goiás em parceria com a Escola Judicial de Goiás (Ejug), contou com mais de 400 participantes inscritos e foi aberto pelo corregedor-geral da Justiça de Goiás, desembargador Nicomedes Domingos Borges.
Enaltecendo e agradecendo especialmente às equipes da Divisão Interprofissional Interprofissional Forense da Corregedoria, Presidência do TJGO e Ejug, o corregedor-geral, desembargador Nicomedes Domingos Borges, destacou a importância de estimular a qualificação profissional e a produção científica por servidores do Poder Judiciário, facilitando, assim, a propagação do conhecimento. Ele lembrou que a tarefa é árdua, porém gratificante e essencial para o aperfeiçoamento profissional, além de contribuir, efetivamente, para a melhora contínua da prestação jurisdicional.
“Se não pararmos para escutar, jamais teremos capacidade, tampouco sensibilidade, para sentir ou decidir da forma mais justa e adequada. E é exatamente isso que temos aprendido, sob uma ótica diferenciada, com esses profissionais tão capacitados: assistentes sociais, psicólogos (as), pedagogos (as), dentre outros. Essas publicações ainda poderão servir futuramente como material de orientação e consulta para o planejamento, implementação e execução de importantes políticas e programas institucionais, bem como representam um importante marco histórico do Judiciário goiano no cenário nacional”, frisou.
Nicomedes Borges destacou ainda que a iniciativa faz parte do Macrodesafio 10, que dispõe sobre o aperfeiçoamento da gestão de pessoas e atende a Meta 8, do Plano de Gestão da CGJGO, que visa promover 12 ações de capacitação voltadas ao desenvolvimento do potencial humano, habilidades técnico-profissionais e socioemocionais.
Estatísticas nacionais
Ele citou ainda dados estatísticos e pontuou que atualmente, Goiás possui 43 assistentes sociais, 44 psicólogos e 8 pedagogas atuantes em equipes interprofissionais forenses, ou seja, no assessoramento técnico especializado aos magistrados do 1º Grau de Jurisdição, além daquelas lotadas na Ejug, na Creche do Poder Judiciário, no Centro de Memória do Poder Judiciário de Goiás, dentre outros setores.
De acordo com pesquisa nacional citada pelo desembargador o TJGO foi o primeiro do País a recrutar pedagogos (as) na Região Centro-Oeste e é o terceiro com o maior quantitativo de pedagogos (as) inseridos nos seus quadros, em especial, na composição de Equipes Interprofissionais Forenses, conforme definido no Provimento nº 36/2014, do Conselho Nacional de Justiça.
“Esses dados tão substanciais nos enchem de orgulho e nos dão a convicção de que estamos no caminho certo, de que este tipo de evento alcançará resultados extremamente exitosos e demonstrará, de maneira mais abrangente, o valor desses profissionais, sobretudo, na Justiça, alcançando outros servidores (as) de setores técnicos e gerando maior compreensão e percepção do trabalho desempenhado para que possamos avançar ainda mais nos serviços prestados à sociedade”, evidenciou.
Conhecimento e qualificação profissional
Expressando imensa alegria por participar do evento, o juiz Gustavo Assis Garcia, auxiliar da Corregedoria e coordenador geral da Equipe Interprofissional Forense, saudou de forma especial o corregedor-geral e demais presentes lembrando que no exercício das suas atividades esses profissionais uniram a teoria à prática disseminando conhecimentos vastos acerca das suas respectivas áreas de atuação, suas experiências e vivências. Além de mencionar novamente a importância da Meta 8, reiterando a fala do corregedor-geral, o magistrado ressaltou que a finalidade precípua do encontro é incentivar a qualificação profissional e facilitar a disseminação do conhecimento.
“Parabenizo efusivamente nossas equipes interprofissionais forenses que desempenham atividades de inestimável valor, apreciam casos sensíveis envolvendo os mais vulneráveis como crianças e adolescentes, idosos e mulheres vítimas de violência doméstica. Os autores merecem todo o nosso respeito e reconhecimento e tem meu incondicional apoio, e acolhimento”, enalteceu.
Relato pessoal
Emocionada a juíza Sirlei Martins da Costa, auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, e, na ocasião, representando o presidente do TJGO, desembargador Carlos Alberto França, relembrou a época em que esteve na Corregedoria e conheceu de perto o competente e humano trabalho desenvolvido pela equipe da Divisão Interprofissional Forense.
Em um relato pessoal, a magistrada falou sobre a grandeza das atividades executadas e o envolvimento intenso das profissionais em cada situação. “Essa equipe age, sobretudo, com amor e possui uma capacidade de enxergar o outro de forma ímpar. Neste momento, conseguiram construir obras primorosas que servirão na orientação de técnicos do País inteiro. O resultado de tamanha dedicação, de ver além cada pessoa envolvida como um ser humano igual a todos nós, é essa atuação tão diferenciada que demonstra a capacidade de despertar em todas as áreas do Judiciário essa característica tão humana e solidária”, enfatizou.
Ganho sem precedentes e atendimento ininterrupto na pandemia
Por sua vez, o juiz Carlos Limongi Sterse, responsável pela Coordenadoria da Infância e Juventude do TJGO e titular do Juizado da Infância e Juventude de Anápolis, rememorou o processo árduo de convencimento da necessidade desses profissionais no Poder Judiciário quando, algum tempo depois, houve o concurso público para o ingresso desses especialistas no TJGO. “Com essa importante decisão o ganho para a magistratura goiana foi enorme, pois os integrantes dessas equipes são auxiliadores em prol de crianças e adolescentes e contribuem com orientações imprescindíveis para oitivas de crianças que sofrem de abuso sexual, por exemplo. O grande diferencial realmente é o amor colocado em cada atendimento, às vítimas e às famílias, o acolhimento tão fundamental nesses casos”, elogiou.
Outro ponto destacado por Carlos Limongi foi o atendimento contínuo das equipes interprofissionais forenses na pandemia da Covid-19 que, conforme acentuou, em nenhum momento foi interrompido. “Esse trabalho constante em meio a um cenário pandêmico avassalador só foi possível graças a vontade de cada um de dar o melhor, de fazer do mundo um lugar melhor, de ver uma criança sorrir de novo. Não considero esse apenas um trabalho, mas uma missão, que tem sentido e propósito, que muda a vida das pessoas as pessoas. Esse conhecimento compartilhado hoje neste evento poderá ser assimilado por outros técnicos e servidores e servirá de bússola para que avançamos cada vez mais. Meus sinceros agradecimentos a todos esses profissionais pela brilhante atuação e amor colocados nessa missão de vida”, realçou.
Transformando vidas
Em breves palavras, a juíza Célia Regina Lara, coordenadora adjunta da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJGO e titular do Juizado da Infância e Juventude de Luziânia, deixou clara sua admiração pelas equipes técnicas interprofissionais forenses e das redes de apoio e proteção às crianças e adolescentes. “São esses profissionais e agentes protetivos que tem o poder de transformar as vidas de milhares de crianças e adolescentes, transportando-as do mundo de violação de direitos à proteção integral, de acordo com o que está preconizado no artigo 227 da Constituição Federal. Fica aqui todo o nosso apreço, carinho e respeito por essas equipes excepcionais”, evidenciou.
A assistente social Maria Nilva Fernandes da Silva, diretora da Divisão Interprofissional Forense da CGJGO e da Comissão Estadual Judiciária de Adoção do Estado de Goiás (Cejai), disse se sentir honrada pelo momento histórico experimentado com o evento e também por estar à frente da equipe, agradecendo de maneira contundente o corregedor-geral, os juízes auxiliares e apoiadores, bem como os demais líderes, pelo apoio e estímulo indispensáveis na produção das obras científicas e na concretização do lançamento.
“Esse espaço aberto que temos dentro da Corregedoria, dando oportunidade aos nossos profissionais, servidores, tem sido um marco dessa gestão dinâmica e humana. Procuramos sempre dar o nosso melhor com os recursos que temos, somos pioneiros no Brasil nesse modelo de trabalho. Podemos fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes e de tantas pessoas que necessitam de nós. Nosso trabalho é um trabalho de amor, não consigo olhar para uma situação delicada sem me sensibilizar. Somos a última fronteira, fazemos a intermediação entre a barbárie e o humano, enxergamos além das palavras o contexto em que a vítima está inserida, vemos além dos muros do Tribunal. Queremos nos aprimorar cada vez mais, fazendo o melhor a cada dia, nos tornando referência de trabalho para que as pessoas sejam vistas realmente como cidadãos de direito”, sublinhou.
Apresentações
Em momentos subsequentes, numa preocupação com o contexto social, foram feitas as apresentações dos três livros. Às 9h10 foi lançado o livro Psicologia e Serviço Social: referências para o trabalho no Judiciário, organizado pela assistente social Rosângela Aparecida Lima e pelo psicólogo Jonathas Ferreira Santos, com a participação dos(as) assistentes sociais: Maria Nilva F. S. Moreira, Gustavo Wendel de Andrade Rodrigues, Letícia Campos Braga, Rosângela Aparecida Lima, Genoclécia Márcia Mafra da Rocha, Dorivânia Amaral de Oliveira, Érica Novaes Porto, Thamires Pereira Flora, Ingred Estefany M. dos Santos, Marta Maria Ramos M. Cavalcanti, Pablo Franklin da Silva e dos(as) psicólogos(as): Jonathas Ferreira Santos, Vanessa Anjo dos Santos, Rodrigo Rosa de Souza e Aline Alves Guimarães.
Às 10 horas, foi a vez do lançamento da obra Pedagogia Jurídica: contribuições do pedagogo em Varas de Infância e Juventude, de autoria de Cyntia A. de Araújo Bernardes, pedagoga lotada na Divisão Interprofissional Forense e CEJAI da CGJGO.
Já às 10h30, ocorreu o lançamento do livro Pedagogia Jurídica no Brasil: questões teóricas e práticas de um campo em construção, coletânea de artigos dentre os quais são autoras as pedagogas atuantes em áreas diversas do TJGO: Cindy Michelle Da Silva, Cyntia A. De Araújo Bernardes, Laylla Nayanne Dias Lopes, Flávia Osório Silva, Marly Alves Rocha e Milene De Oliveira Machado Ramos Jubé.
Palestrantes e participações
Foram palestrantes convidados o doutor e professor José Leonardo Rolim de Lima Severo, da Universidade Federal da Paraíba, e a pedagoga Talita Medeiros de Araújo, do Tribunal de Justiça da Paraíba, que fizeram as primeiras apresentações.
Participaram do lançamento a secretária-geral da CGJGO, Helenita Neves de Oliveira e Silva, Clécio Marquez, diretor de Planejamento e Programas da CGJO e que conduziu os trabalhos desta manhã, Flávia Osório Silva, coordenadora pedagógica da Ejug, a pedagoga Cindy Michelle da Silva, da Equipe Interprofissional Forense do Juizado da Infância e Juventude de Anápolis, Laylla Nayanne Dias Lopes, diretora do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário de Goiás, a assistente social Rosângela Aparecida Lima, que integra a Equipe Interprofissional Forense da 5ª RegiãoParticiparam do lançamento a secretária-geral da CGJGO, Helenita Neves de Oliveira e Silva, Clécio Marquez, diretor de Planejamento e Programas da CGJO e que conduziu os trabalhos desta manhã, Flávia Osório Silva, coordenadora pedagógica da Ejug, a pedagoga Cindy Michelle da Silva, da Equipe Interprofissional Forense do Juizado da Infância e Juventude de Anápolis, Laylla Nayanne Dias Lopes, diretora do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário de Goiás, a assistente social Rosângela Aparecida Lima, que integra a Equipe Interprofissional Forense da 5ª Região Judiciária, e o psicólogo Jonathas Ferreira Santos, também integrante da Equipe Interprofissional Forense da 5ª Região Judiciária.
O encerramento foi feito pelo juiz Gustavo Assis que reiterou a importância de se disseminar o conhecimento para o surgimento de novas oportunidades e agradeceu mais uma vez todo o empenho e dedicação dos envolvidos na concretização do evento.
O evento foi voltado principalmente aos servidores das Equipes Interprofissionais Forenses, magistrados, operadores do Direito, pesquisadores em pedagogia, psicologia e serviço social, Conselhos/ Associações de Classe (CRP, CRESS e ANPEJUD). (Texto: Myrelle Motta - Diretora de Comunicação Social da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Goiás/Imagens e prints: Hellen Bueno – Diretoria de Planejamento e Programas da CGJGO)