Com o objetivo de integrar as equipes multidisciplinares que atuam na comarca de Goiânia, foi realizado, nesta sexta-feira (28), no auditório do Fórum Desembargador Fenelon Teodoro Reis, o 1° Encontro das Equipes Interdisciplinares. O evento, promovido pela Diretoria do Foro da capital, foi sugestão do Programa Justiça Terapêutica, em parceria com a Secretaria Interprofissional Forense da Corregedoria Geral da Justiça de Goiás (GGJGO).

As equipes multidisciplinares são formadas por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos que atuam nas varas criminais, de execução penal, família, infância e juventude e violência doméstica e familiar contra a mulher. Durante toda manhã, representantes do Programa Justiça Terapêutica (PJT), do Setor Interdisciplinar Penal (SIP), do Setor de Atendimento às Famílias (SAFAM), do Setor de Atuação contra a Violência Doméstica (SAVID) e da Divisão Psicossocial do Juizado da Infância e Juventude (JIJ) falaram aos presentes sobre os trabalhos desempenhados.

Wilson da Silva Dias, diretor do Foro de Goiânia, ressaltou que o encontro fomenta o entrosamento entre as diversas equipes que atuam na capital. Segundo ele, o trabalho delas representam maior eficácia à atuação judicial. “Elas atuam na sociedade em diversas áreas para análise dos processos. É importante que se faça um link com o Justiça Terapêutica, que faz um ótimo trabalho no que diz respeito a prevenção e acompanhamento dos participantes”, frisou.

De acordo com Wilson Dias, o trabalho é interligado. “Muitas vezes, num processo de família, o juiz se depara com um jovem ou com autor da ação que tem envolvimento com drogas. Assim, as varas de famílias podem encaminhar também para o Justiça Terapêutica e o mesmo pode acontecer nas unidades judiciárias de violência doméstica”, exemplificou.

A juíza Maria Umbelina Zorzetti (foto), coordenadora do Programa Justiça Terapêutica da capital há cinco anos, disse que esta experiência mostrou que a droga está presente não apenas nos processos criminais, mas em outros conflitos, como, nas varas de Família, da Infância e Juventude e violência doméstica.

“Por isso, o nosso olhar tem de ser mais amplo. Precisamos atender essas pessoas para evitar a prática de novos crimes. O objetivo desse encontro é apresentar o Justiça Terapêutica para as outras equipes multidisciplinares que atuam nas outras unidades judiciárias”, pontuou.

Conhecimento
Zenaide Castro, coordenadora do SIP, destacou a importância da iniciativa. Segundo ela, o evento contribuiu para aperfeiçoar o conhecimento. “Estou conhecendo melhor as equipes. Trabalhamos juntos e contribuímos significantemente para maior aproximação da Justiça com a sociedade”, salientou.

Segundo Edivânia Tavares, participar do 1° encontro é um privilégio. “Hoje me deparei com trabalhos que não conhecia e fazendo essa troca de experiências quem ganha é o jurisdicionado. Quando mais conhecemos esses trabalhos, mais faremos nosso trabalho melhor”, salientou.

Equipes
O Programa Justiça Terapêutica (PJT) oferece atenção integral aos usuários e dependentes de substâncias psicoativas no cumprimento das alternativas penais. Objetiva também a reinserção social. Somente em 2015, cerca de 222 pessoas já participaram do programa e são realizados quase 600 atendimentos (individuais e em grupo) a cada mês. A representante do programa no encontro foi a psicóloga Thayssa Moiana (foto).

Zenaide Castro informou que o Setor Interdisciplinar Penal (SIP) monitora as penas restritivas de direito previstas no Código Penal e na Lei de Execução Penal. O SIP realiza cerca de 120 atendimentos por dia e conta com seis servidores do TJGO e sete estagiários.

O Setor de Atendimento às Famílias (SAFAM) recebe a demanda de processos oriundos da Defensoria Pública, Varas de Família e Criminais da comarca de Goiânia e Vara de Precatórias.

Compete ao Setor de Atuação contra a Violência Doméstica (SAVID) realizar estudos psicossociais, sociais e psicológicos nos processos oriundos dos dois Juizados Especiais da Violência Doméstica Contra a Mulher de Goiânia e desenvolver ações de prevenção e outras medidas dirigidas para a mulher, o agressor, os familiares e especial as crianças e adolescentes.

Já a Divisão Psicossocial do Juizado da Infância e Juventude (JIJ) é responsável por elaborar laudos e relatórios psicossociais que subsidiarão nas decisões dos magistrados. Além disso, a equipe participa de audiências para sugerirem encaminhamentos, dando esclarecimentos técnicos ao processo. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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