“Se eu não começo a olhar para mim mesmo, eu começo a perceber nos outros aquilo que me deixa irritado, magoado e ansioso. Vou querer mudar o mundo para ser feliz. O autoconhecimento é olhar para si, para suas emoções e isso me dá livre arbítrio de olhar por outro ângulo, por uma nova perspectiva e ter um novo desencadear emocional, ou seja, ter inteligência emocional”, afirmou o psicoterapeuta Márcio Schultz que ministrou palestra nesta segunda-feira(4), no 2º Auditório do Tribunal do Júri da comarca de Goiânia.
A palestra com o tema O Autoconhecimento e o Eneagrama Influenciando Seus Relacionamentos Pessoais e Profissionais foi voltada para magistrados, servidores e cartorários e aconteceu no início da tarde de ontem, com duração de aproximadamente duas horas. O corregedor-geral da Justiça de Goiás, desembargador Gilberto Marques Filho (foto à direita), fez a abertura do evento pontuando a importância e a preocupação da CGJGO em capacitar os servidores. “Estamos preocupados em capacitar os servidores não apenas no campo jurídico, mas em todos aqueles possíveis e temos contado com a colaboração do setor psicossocial em parceria com a Escola Judicial”. 
As servidoras Maria Inez Hermida, Thayssa Moiana e Ana Paula Vilela ministraram durante os meses de maio e junho o curso de coach com o tema Descubra Sua Liderança para servidores e magistrados da CGJGO e explanaram sobre a iniciativa na palestra de Schultz. “Os participantes se propuseram a estar conosco e foi uma experiência muito rica. Foi um projeto-piloto que pretendemos estender para o próximo semestre. O Poder Judiciário está abrindo caminhos”, pontua Thayssa Moiana.
Márcio Schultz pontuou que a baixa produtividade no ambiente de trabalho se dá principalmente pela dificuldade em lidar com o próximo, seja o gestor imediato ou o colega de trabalho. “Nós esperamos que as pessoas tenham o mesmo ritmo, a mesma maneira de se engajar e a mesma maneira de se motivar que nós temos. É a velha máxima: Se eu fiz porque o próximo não faz? Tendo autoconhecimento percebemos que o colega tem outro ritmo. Ter outro ritmo faz construir parcerias: no que eu sou bom, eu contribuo, no que os outros são bons, eles contribuem também”.
Com essas parcerias e sabendo que o próximo tem outras maneiras, outros ritmos e outros engajamentos é possível, de acordo com Schultz, ter maior equilíbrio emocional e habilidade para lidar com as diferentes pessoas no ambiente de trabalho e no dia a dia.
O palestrante explanou sobre os três pilares do autoconhecimento: a pessoa, a equipe e o cérebro, e deu exemplos de vícios emocionais, que constituem em emoções demasiadamente presentes e que promovem dificuldade em sair de uma determinada perspectiva. Além disso, ele falou sobre as competências emocionais, que constituem em uma perspectiva adequada de perceber a realidade, como a capacidade de tolerância e aceitação. “Quando falta o autoconhecimento, eu não valorizo o que o outro tem de bom. É aquilo que a maior parte das pessoas tem dentro de si: se as pessoas fossem como eu, o mundo seria muito melhor. Na verdade, isso é ausência de autoconhecimento. O importante é a cumplicidade, é lidar com os diferentes, é apoiar naquilo que você pode e ser apoiado naquilo que te falta”, concluiu Schultz.
Para a psicóloga Ana Paula Osório Xavier, a iniciativa do Poder Judiciário é de extrema importância já que os servidores, magistrados e cartorários lidam com competências humanas. “A palestra mostrou o que nos leva aos conflitos no ambiente de trabalho e quais atitudes devemos tomar para uma boa convivência”.
Participaram da palestra juízes, desembargadores, diretores de área do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás (CGJGO), colaboradores dos cartórios e servidores. A palestra foi realizada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), por meio da Escola Judicial e da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás (CGJGO). (Texto: Jéssica Fernandes - da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás/ Fotos: Aline Caetano - Centro de Comunicação Social do TJGO)