Ângela Cristina Oliveira, Luiz Henrique Pires de Oliveira e Jefferson Alves Neves foram condenados pelos crimes de furto, roubo e latrocínio. Consta dos autos que os três mataram Cláudio Martins Silva, no Parque Jardim Botânico, em Goiânia, com o intuito de subtraírem seu veículo, devido a uma dívida de drogas. Após o latrocínio, o grupo se dirigiu a Senador Canedo, onde furtou um celular em um bar e roubou a bolsa de uma mulher que aguardava no ponto de ônibus. A sentença é do juiz da 9ª Vara Criminal de Goiânia, Marcelo Fleury Curado Dias.
Jefferson e Ângela vão cumprir 27 anos e 4 meses em regime inicial fechado e terão de pagar 30 dias multa no valor de um trigésimo do salário mínimo vigente à época dos crimes. Luiz Henrique foi sentenciado a 28 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial fechado e a pagar 35 dias-multa no mesmo valor. Luiz Henrique cumprirá pena maior por ter desferido mais de 30 facadas em Cláudio após ele já estar ferido o que, na análise do juiz, caracteriza “maior ousadia e crueldade do acusado”.
A defesa de Luiz Henrique e Jefferson buscava a absolvição nos crimes de latrocínio e roubo por insuficiência de provas, enquanto a de Ângela alegou que não havia provas de que ela teria participado ou facilitado a prática dos crimes. No entanto, o magistrado considerou que a materialidade e a autoria de todos os crimes estavam comprovadas pelos documentos e depoimentos apresentados.
Marcelo Fleury destacou que, embora os três tenham mudado a versão em juízo, retratando a confissão apresentada durante a investigação policial, tais negativas se encontravam desconexas das provas apresentadas. O juiz ressaltou que os depoimentos apresentados perante a autoridade policial eram “esclarecedores e ricos em detalhes”.
Os três alegaram que teriam confessado a autoria do crime diante de tortura praticada por policias militares. Porém, o juiz verificou que não constavam nos relatórios médicos a existência de qualquer lesão, assim como nenhum deles “informou em que consistiu a tortura, tempo de duração, nem mesmo sabendo indicar, de maneira aproximada, o horário em que ela teria ocorrido”.
O caso
Segundo a denúncia, Jefferson já havia fornecido drogas para Cláudio, que teria fugido sem lhe pagar o valor de R$ 50. No dia dos crimes, Cláudio apareceu para comprar drogas, quando Jefferson pediu a Luiz Henrique que ele o atendesse, para depois, o matarem e subtraírem seu veículo. Em seguida, Ângela convidou Cláudio para consumirem drogas em sua residência. Logo depois, os três exigiram que o homem os levasse até sua casa para que roubassem bens e dinheiro, para o pagamento da dívida.
De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), Cláudio tentou enganar o grupo, conduzindo-os à 8ª Delegacia de Polícia (DP) de Goiânia, momento em que os três resolveram levá-lo ao Jardim Botânico. No parque, eles adentraram a mata e mataram Cláudio com 34 golpes de faca. Em posse do veículo do homem, resolveram se dirigir a Senador Canedo, onde cometeram os outros crimes. Veja a sentença. (Texto: Daniel Paiva – estagiário do Centro de Comunicação Social do TJGO)